Coragem pra encarar o medo é o grande desafio de aceitar a maternidade

Não, hoje não vou postar nenhuma receita, dica ou foto. Hoje quero e preciso compartilhar um desabafo. Então,  - se você era criança na época do Castelo Ra-tim-bum vai entender - : "senta que lá vem história"...

...A gravidez e a maternidade têm um lado muito obscuro,  sobre o qual  muitas mães preferem não falar, não sei se isso é algum tipo de fuga, ou é por pura ignorância.  Desde aquele instante em que a sua íris gravou a imagem dos dois risquinhos no palito até o resto de nossas vidas,  experimentamos um turbilhão de emoções e um deles é sem dúvida o mais cruel. Esse sentimento se chama: MEDO. 

Sim, toda mãe sente medo, e isso é terrível.  Só agora posso entender o significado real dessa palavra. Das minhas amigas mamães, algumas são médicas e eu não me canso de dizer para elas que a ignorância é uma "santa" e que sorte tem essas mães que ignoram a maioria das coisas. Sorte mesmo, mas eu não ignoro, fazer o quê? Sou jornalista, curiosa e metida por natureza, portanto adoro uma pesquisa e leio de tudo até o que não deveria. 

Sendo assim, eu não ignoro o dado que está no site do Ministério da Saúde: "No Brasil são registrados 141 óbitos de bêbes a cada 100 mil nascidos vivos e 68 mortes maternas por grupo de 100 mil nascidos vivos. Segundo o próprio Ministério esses números  representam uma queda de 52% na taxa de mortalidade entre 1990 e 2010. Poxa, então isso é uma boa notícia? E eu respondo como jornalista, claro que é, os índices estão baixando e a meta do país é que diminuam ainda mais. Só que agora vem outro dado, a comparação com outros países mostra que ainda temos muito o que melhorar. Na Inglaterra, por exemplo,  são registrados 12 óbitos maternos a cada 100 mil partos. Isso só reflete o fato de que: quanto mais desenvolvido for um país menores serão as suas mortes e que nós estamos bem longe de atingir essa meta. Bom, e você que ainda está lendo esse post se pergunta: Dayana, por que se preocupar com isso? E eu te digo: Porque eu tenho medo de morrer e tenho medo que meu bebê também não sobreviva. Simples e diretamente. Muita gente não gosta de falar, diz que se falar atrai e coisas assim. Não acredito nisso, pior que não falar o que sente é ficar remoendo, por esse motivo que resolvi compartilhar esse sentimento.

Todas as mães sentem medo, ou você que também é mãe e está lendo esse post pensa diferente? Por favor, comente se pensar!!! 

Nas minhas pesquisas também descobri e relatei que: a maioria das mortes é causada por complicações que são observadas durante a gravidez. Bom, com essa informação eu já fico aliviada, porque sei que está correndo tudo bem comigo e com o baby.

No fundo, eu sei que não deveria me preocupar mas, em alguns momentos é inevitável. Ainda mais agora que está chegando a hora. Sei que ficar nervosa ou ansiosa é pior para mim e para Ele, mas eu promento pra vocês, isso dá e passa.  Na mesma hora que eu me “desespero” eu penso: “comigo tá tudo bem, comigo tá tudo bem, comigo tá tudo bem. E vai dar tudo certo, vai dar tudo certo...” e repito como um mantra.

Eu não sou religiosa, mas tenho a minha própria Fé e as minhas crenças. Eu acredito em Deus, no Pai Celestial, no Arquiteto do Universo, na lei de que “nada é por acaso” e que o que está destinado a mim assim será. Apoiar-se nos misticismos é uma boa alternativa, acreditar na força e sabedoria da ciência também. Confio nos médicos que escolhi para cuidarem de mim e do meu bebê: obstetra, anestesista o pediatra. Sei que eles sabem o que fazem e fazem porque gostam.

Medo: a gente tem sim, não dá pra dizer que não e ainda fazer de conta que não pensa nisso. Mas, também não dá pra ficar refém, viver a vida  assustado e pensando só o pior é para quem é fraco. Afinal, coragem pra encarar o medo é o grande desafio de aceitar a maternidade.

Beijos e até a próxima!