quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Quando e como oferecer alimentos para seu bebê?

Acabamos de chegar da consulta de rotina com o pediatra, e as notícias não são animadoras. Na real eu estou me sentindo péssima, arrasada. O meu pequeno praticamente não ganhou peso no último mês, o que me deixou bem abalada. Ele explicou que isso é normal, que o ganho de peso não é igual para todos os bebês e que o importante é avaliar todo o desenvolvimento da criança. Ele cresceu 2 cm e está a cada dia mais esperto. Não sei se vocês me entendem, mas o que eu senti foi uma sensação de ter fracassado, o fato dele não ter ganho tanto peso foi culpa minha. E também que esse novo passo o liberta um pouco de mim, a partir de agora ele não depende só da mamãe para a sobrevivência, foi muita informação para um único dia.

Então, em razão desse pequeno empecilho vamos antecipar em 15 dias o início da complementação da alimentação dele. O indicado é esperar o bebê completar 6 meses para iniciar a introdução de alimentos na dieta dos pequenos. Atenção mamães, cada caso deve ser avaliado por um pediatra, se ele não disser nada é bom esperar eles completarem os 6 meses de vida.

Como eu sabia que esse momento estava perto e como boa mãe e jornalista comecei a pesquisar como e o que ofertar.  Não sei com as outras mães, mas me bateu uma insegurança em relação a essa nova fase. Buscar orientação profissional é fundamental, sempre irão surgir palpites das avós, tias, amigas que já tiveram filhos. As pessoas têm sempre as melhores intenções, todo mundo quer ajudar, mas nem sempre sabem do que estão falando.

Por isso, conversei com a nutricionista Alessandra Gaboardi. Ela é especialista em nutrição infantil, tem propriedade para falar sobre o tema, ela sempre dá ótimas dicas e receitas. Confiram a entrevista:


 Completado os 6 meses, é hora de iniciar a introdução alimentar na dieta dos bebês, e agora?

Alessandra Gaboardi - A partir dos seis meses a introdução da alimentação complementar é uma fase de transição para a criança. As mães devem estar bem orientadas por um profissional de saúde (nutricionista/pediatra) para evitar desnutrição ou obesidade. Esses alimentos transicionais têm como objetivo o reconhecimento de novos sabores pela criança.

Eles são oferecidos, inicialmente, na forma de papas, passando para pequenos pedaços e, a partir do nono mês, pode-se passar para a consistência dos alimentos consumidos pela família. Essas alterações de consistência devem ser graduais para se adequarem à maturação da criança.

Vale lembrar que a alimentação da família deve ser equilibrada nutricionalmente para garantir uma boa nutrição também à criança. Hábitos como o consumo de frituras, farinhas refinadas, sucos artificiais e refrigerantes devem ser evitados.

O que devemos oferecer primeiro? Chás? Sucos? Quais?

Alessandra - Aos seis meses pode-se iniciar com a ingestão de frutas sob a forma de papas oferecidas em colher, inicialmente, uma vez ao dia, depois, pela manhã e à tarde, seguida pela mamada. O tipo de fruta precisa respeitar a cultura regional, custo, estação do ano e presença de fibras. Nenhuma fruta é contraindicada, exceto quando houver intolerância ou alergia.

Em minha pratica clínica observo que as frutas bem toleradas para as papas são: mamão, banana, pera, maçã, abacate, ameixa e manga. Os sucos devem ser naturais e frescos e oferecidos em volume de 30ml/dia para não comprometer a ingestão de alimentos de densidade nutricional maior e não predispor à obesidade.

É importante também lembrar que as frutas devem ser oferecidas sem adição de açúcar, assim como os sucos.

A partir dos seis meses, recomenda-se a introdução inicial de cereais à base de arroz, que são livres de glúten, possuem menor teor de sódios e menor poder alergênico.  Neste período, já é possível introduzir os demais tipos de cereais (milho, macarrão, batata, aipim), incluindo preparações compostas, por exemplo, de arroz + feijão ou macarrão + carne. Lembrando que os cereais devem ser oferecidos em quantidade apropriada para auxiliar no fornecimento de carboidratos como fonte de energia e não em excesso para um futuro desenvolvimento de obesidade. A introdução de cereais não deve acontecer antes dos quatro meses de vida.

A primeira refeição de sal deve ser oferecida no horário do almoço ou do jantar, como convier à família. Os alimentos devem ser oferecidos gradativamente, sendo que, para concluir que a criança não gosta de determinado alimento, este deve ser oferecido de oito a dez vezes em dias diferentes.

As papas salgadas devem ser preparadas com as seguintes proporções: três partes de cereais ou tubérculos + uma parte de  leguminosas +  um parte de proteína animal + uma parte de  hortaliças.

Cereais e tubérculos: arroz, milho, macarrão, batata, aipim

Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja

Proteína animal: carne bovina magra, frango, ovos, peixe, carne suína, vísceras

Hortaliças: legumes e verduras

A alimentação complementar varia de acordo com a idade da criança. O OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda:

6 a 8 meses: 2 a 3 refeições/dia

9 a 24 meses: 3 a 4 refeições/dia

Após 12 meses: lanches adicionais.

Além da dra. Alessandra o meu pediatra também nos orientou sobre a alimentação do Vítor. Segundo ele não é preciso, e os pais NÃO devem adicionar sal nem açúcar. E eu perguntei o por quê disso. Ele explicou que o paladar do bebê está sendo formado, e que se eu acrescentar sal ou açúcar posso acostumá-lo com esses sabores. Além de que sal contém sódio e essa substância pode trazer vários prejuízos para a saúde e o açúcar pode causar obesidade. Ele também me falou que, esses "temperos" devem ser introduzidos na alimentação só a partir dos 9 ou 12 meses. Então, até lá é possível dar sabor  as sopas ou papas salgadas com cebola, alho e temperos verdes, tudo o mais natural possível.

Outra informação útil do meu pediatra é o fato de que ele não recomenda a ingestão de alguns alimentos antes de 1 ano de idade. São eles: tomate, ovo, morango e peixe porque são alimentos com alto poder alergênico, e porque morango e tomate possuem altas quantidades de agrotóxicos. 


Hoje mesmo, assim que chegamos da consulta o Vítor mamou no peito e depois de alguns minutos eu ofereci banana amassada para ele. Eu sabia que ele não iria adorar logo de início, mas também não odiou. É um sabor completamente novo para ele, aos poucos eu sei que ele acostuma.







A noite eu e meu marido fomos jantar fora,  e o Vítor ficou na casa da minha mãe. Foi a vez dela fazer uma sopinha e oferecer para ele. Além da sopa ela também deu o suco de 1 laranja lima. A sopa ele não gostou muito, comeu umas 5 colheres, já o suco ele adorou, tomou tudo. Ollhem só as caretas:




Eu sei que a vidinha dele ainda está só começando e que surgirão outras situações como essa. Afinal, ser mãe é ter parte do seu corpo, um segundo coração,  vivendo e batendo fora do peito. O ciclo da vida é esse, e mesmo tristes são esses momentos que ficarão marcados. Ser mãe é crescer e aprender junto com nossos filhos, é aprender a ser "gente", comer, falar, sorrir, bater palmas e acima de tudo a amar incondicionalmente. O que sinto hoje é um pouco de tristeza por ele estar "crescendo" mas de felicidade por saber que a vida é assim, com todos é assim e não seria diferente comigo e com ele. Vamos crescer?

E aí mamães, vocês que já passarem por esse momento, me contem, como foi? E para as futuras mamães, gostaram das dicas? 
 Até mais

beijos

domingo, 12 de janeiro de 2014

Crise dos 6 meses, e agora?

Eu tinha sido muito bem avisada: "No começo eles só dormem",  "a medida que vão crescendo o trabalho também aumenta"... É, eles crescem mesmo rápido demais. Aquele bebezinho minúsculo que ficava quase 1 hora grudado no meu peito pois é, ele já não existe mais.

Foram 5 meses, parece que eu deitei e acordei e quando vi se passaram tantas coisas. Nesse tempo todo já criamos e mudamos várias rotinas. Ele mudou duas vezes de tamanho de fraldas e roupas. Quase fica sentado sozinho, já pega tudo que der para segurar e claro, vai tudo direto para a boca. Os dentes estão dando sinais de que querem nascer e haja mordedor e babador. 

Mas, a principal mudança é no temperamento, ele fica muito, mas muito agitado quando está com sono. Chora, se joga para trás, como se quisesse se largar do colo, e na hora da mamada é a mesma coisa. Só mama tranquilo se não estiver cansado. 

Claro que eu, e todos da família, reparamos essa mudança radical de comportamento. Confesso que não fiquei tão assustada, mas admito que o MEU comportamento também mudou. Assim como ele, também fiquei mais estressada, e com pouca paciência. Fiquei chateada por ele começar a acordar no meio da noite ( já que desde os 20 dias de vida não acordava mais) e por passar a dormir mal fiquei muito mal humorada ( 'sorry' marido, mãe, e todos que me ajudam).

Bom, isso já faz umas duas semanas, e tudo isso começou logo depois de completar 5 meses e bem no meio de uma viagem, ficamos 1 semana longe de casa. No começo pensei que ele estava estranhando estar fora. Mas, mesmo depois que voltamos, ele continuou assim. Viajamos de novo e toda essa ansiedade ainda persiste. 

Fazendo algumas pesquisas na internet, descobri que além da "crise dos 3 meses", existem várias outras "crises". Na real, esses primeiros anos de vida, são todos cheios de "altos e baixos", e não tem muito que possamos fazer, a não ser nos preparar para encarar essas crises. 

Estou tentando voltar a ser mais calma, exercitar a paciência é uma ótima atividade. Buscar informações  é um bom passo. Leia sobre essas crises, tendo conhecimento você vai poder dar uma boa resposta na hora em que  alguém quiser dar pitaco do que você deve fazer para o neném parar de chorar, ou ainda quando começarem  a surgir comentários do tipo: "não é fome?", "seu leite deve estar fraco", "só pode ser refluxo", "intolerância a lactose", "quebrante ou olho gordo", e o festival de palpites vai longe. 

De acordo com o site Bebe.com.br aqui nos primeiros 12 meses de vida, o bebê enfrenta quatro crises, aos 3 meses,  6 meses, 8 meses e 1 ano. 

Essas crises estão ligadas ao desenvolvimento das habilidades da criança. 

Já o site, Guia do Bebê aqui, diz que toda vez que o nosso bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro deles está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.

No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.


Vou falar da qual estou passando: 

Crise dos 6 meses

Segundo o site essa é a crise da formação do triângulo familiar. Por mais que o pai tenha sido presente e ativo desde o nascimento, ele não teve uma relação tão forte com o filho. Com seis meses, o bebê, que já conhece a mãe, começa a reconhecer a figura do pai, dando início a formação do triângulo - e a crise.

Os sintomas são todos os que eu já relatei: pouco apetite, agitação e sono conturbado.

Na 23ª semana ( seis meses)  o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.

Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.

A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência.





Com sono e muito irritado!