quinta-feira, 3 de março de 2016

iPad: vilão ou mocinho?

A tecnologia e o uso de gadgets, ou ou seja os tablets e smartphones, preocupa alguns pais. Será que é correto deixar que eles usem esses dispositivos desde tão pequenos? Ou será, que devemos evitar todo tipo de contato? Há alguns anos, os tablets lideram a lista dos presentes mais pedidos e vendidos em épocas como Natal e Dia das Crianças.  Bom, não acredito que exista apenas uma verdade absoluta em relação a isso, apenas uma grande constatação que serve para tudo que envolve criação de crianças: precisamos ter cuidado com os extremos e exageros. Por que estou falando isso? Primeiro preciso contar a minha experiência com eles, para depois tentar chegar a uma conclusão quanto aos seus benefícios. 


Imagem - O Globo

O Vítor foi "apresentado" ao Ipad, televisão e celular, a partir que completou 1 ano de idade. Eu deixava ele assistir geralmente de manhã.  Logo que ele acordava ligava o Ipad no quarto, em cima do berço como uma televisão, enquanto eu ia ao banheiro e também "acordava". Ele assistia em torno de 30 minutos, depois tirava ele da cama e íamos tomar café  e iniciava a rotina de toda manhã, troca,  brincadeiras de estimulação, saíamos para pegar sol, ou aproveitava para ajeitar alguma coisa na casa enquanto ele brincava sozinho na sala, com seus brinquedos e livros. O ipad era usado novamente a noite, para a hora de dormir, ligava um video calmo, geralmente com músicas clássicas, para ele relaxar e pegar no sono sozinho. A medida que ele foi crescendo esse contato foi aumentando, por volta de 1 ano e meio, ele passou a interagir mais com o ipad, eu deixava  que ele mexesse nos aplicativos, ligar e desligar. Não sei como são  os dispositivos das outras marcas, mas os da Apple são extremamente acessíveis e cativantes para os pequenos. Percebi quando ele tinha 2 anos que sozinho, ele conseguia encontrar os aplicativos que mais gostava e inclusive conseguia navegar por eles e escolhia os vídeos que queria assistir. 

E assim é até hoje, com o tempo percebi que o Ipad se tornaria um grande aliado, principalmente para alguns momentos que podem ser "tensos". O Vítor é uma criança calma e tranquila na maioria das vezes, mas em alguns momentos é muito difícil para ele ter paciência e nem sempre ele está disposto a ficar sentado e esperando. Há muito tempo não usamos mais o tablet para dormir, acredito até que ele usou muito pouco o equipamento para essa finalidade. Mas, quase sempre na hora do almoço, ele mesmo escolhe levar o Ipad à mesa. Eu sei que não é a coisa mais correta a ser feita, ele deveria sentar-se conosco e almoçar sem nenhuma distração, mas esse é um dos momentos que podem ser terrivelmente tensos. E, mesmo sabendo que não é o ideal, ele come sim vendo televisão ou o Ipad. Usamos também em viagens de avião e carro. Quando vamos na casa de amigos e ele não tem com quem brincar, são só adultos, e em restaurantes. 

Gente, essa é a minha experiência, e a minha opinião pessoal, com base em vários estudos e reportagens publicadas na internet eu concluí que o uso deve ser limitado e observado. Ou seja, se você optou por oferecer esse recurso o faça de forma consciente. Não existem muitos estudos que afirmem os benefícios para o desenvolvimento, mas existem muitas teorias que dizem exatamente o oposto, os riscos e malefícios. Eu já percebi que em alguns momentos a tentativa de acalmar a criança, pode acabar a deixando ainda mais ansiosa. Já aconteceu de estarmos em algum local que não havia sinal de internet e o Vítor ficou mais estrassado do que relaxado pois não conseguia acessar o YouTube. Hoje, com 2 anos e meio ele já entende quando não funciona e já administra melhor a frustração,  por isso uma dica: baixem aplicativos que funcionem também offline. E tenha também sempre uma alternativa, menos tecnológica para esses momentos em que a criança precisa aprender a esperar. Um brinquedo de que ela goste, a chupeta, bolachas, enfim, algo que a também a distraia.

Posso concluir, com base na minha experiência, que o tablet deve ser encarado com um aliado dos pais e não como um vilão. O Vítor é um menino que brinca muito, moramos em casa, temos cachorro, ele tem contato com  galinhas, passarinhos (soltos),  ele vive em um ambiente com plantas e muito espaço. Ele adora jogar futebol, andar de bicicleta com a gente, ou brincar na sua moto e no seu caminhão, descer no escorrega, escrever no quadro negro, ler seus livros, montar e desmontar casas do jogo Engenheiro, ama seus trenzinhos e animais, pintar, enfim, ele BRINCA, muito!  E ele também sabe navegar no YouTube e no PlayKIds, seus aplicativos favoritos. Cabe a cada pai e mãe escolher como seu filho vai crescer e com que tipo de brinquedos quer que ele tenha contato. Nós, particularmente, tivemos a oportunidade de permitir que ele pudesse usar o Ipad e não me arrependo. Por isso, cuido muito e controlo rigorosamente o tempo que ele permanece "conectado" e nunca é maior do que o tempo em que ele brinca lá fora ou com seus brinquedos. Aliás, as vezes ele fica dias sem usar. Essa é a minha experiência, espero ter ajudado! 

Thanks, "SANTO" Steve Jobs por inventar o Ipad.

Antes de encerrar vou postar alguns cuidados que devem ser observados, e os principais riscos quanto a sua exposição excessiva, se você decidir que ele terá acesso à gadgets:

Há alguns meses, a Associação Japonesa de Pediatria começou uma campanha para restringir o uso prolongado dos celulares e tablets, sugerindo controle e maisbrincadeiras entre pais e filhos. Agora são a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria as que revelam 10 razões pelas quais crianças menores de 12 anos não devem utilizar esses aparelhos sem controle. Eles têm muito claro que os bebês entre 0 e 2 anos não devem ter contato algum com a tecnologia; entre os 3 e 5 anos, deve ser restringido a uma hora por dia; de 6 a 18 anos a restrição deveria ser de duas horas por dia. 

Por que limitar o acesso das crianças aos celulares ou tablets 

1 – Desenvolvimento cerebral das crianças 
Um desenvolvimento cerebral causado pela exposição excessiva às tecnologias pode acelerar o crescimento do cérebro dos bebês entre 0 e 2 anos de idade, e juntamente com a função executiva e o déficit de atenção, atrasos cognitivos, problemas na aprendizagem, aumento da impulsividade e da falta de controle (birras). 
2 – Atraso no desenvolvimento da criança 
O excessivo uso das tecnologias pode limitar o movimento e consequentemente orendimento acadêmico, a alfabetização, a atenção e capacidades.
3 – Obesidade infantil 

O sedentarismo que implica o uso das tecnologias é um problema que está aumentando entre as crianças. Obesidade leva a problemas de saúde como o diabetes, problemas vasculares e cardíacos.
4 – Alterações do sono infantil 
Os estudos revelam que a maioria dos pais não supervisiona o uso da tecnologia pelos seus filhos nos seus quartos. Isso faz com que seus filhos tenham mais dificuldades para conciliar o sono. A falta de sono afetará negativamente seu rendimento escolar. 
5 – Doença mental 
Alguns estudos comprovam que o uso excessivo das novas tecnologias está aumentando as taxas de depressão e ansiedade infantil, distúrbios do processo de vinculação entre pais e filhos, déficit de atenção, transtorno bipolar, psicose e outros problemas de conduta infantil. 
6 – Condutas agressivas na infância 
A exposição das crianças a conteúdos violentos e agressivos pode alterar sua conduta. As crianças imitam tudo e a todos. Assim que os pais devem vigiar o uso de smartphones e tablets pelas crianças. 
7 – Falta ou Déficit de Atenção 
O uso excessivo das novas tecnologias pode contribuir para o déficit de atenção, diminuir a concentração e a memória das crianças, graças à grande velocidade dos seus conteúdos. 
8 – Vício infantil 
Os estudos demonstram que uma em cada 11 crianças são viciadas às novas tecnologias. Cada vez que as crianças usam os dispositivos móveis, elas se distanciam do seu meio, de amigos e familiares.
9 – Muita radiação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os celulares como um risco na emissão de radiação. As crianças são mais sensíveis a esses agentes e existe o risco maior de contrair doenças como o câncer
10 – Superexposição 
A constante e superexposição das crianças à tecnologia as tornam vulneráveis, sujeitas a serem exploradas e expostas a abusos
Além disso, os especialistas concordam que ficar horas conectadas ao celular ou tablet é prejudicial ao desenvolvimento das crianças. Os estudiosos acreditam que geram crianças mais passivas e que não sabem interagir ou ter contato físico com outras pessoas. E ainda que entendam que as novas tecnologias façam parte da sua vida, eles acreditam que não devem substituir a leitura de um livro ou o tempo de brincadeira com irmãos, pais e amigos.
Mais detalhes aqui

Reativando Sonhos!

Postagem curtinha gente, só pra dizer que o Blog, embora nunca tenha saído do ar, será reativado. Passei o ano de 2015 em função de cuidar da casa, do Vítor, e fazendo um ou outro trabalho paralelo. Em 2016 continuo na mesma, mas com um diferencial: Escola, com algumas tardes livres terei tempo de voltar a escrever, compartilhar dicas e informações para ajudar outras mães, que assim como eu estão nessa louca e divertida jornada. Adoro por "no papel" meus pensamentos, e se de alguma forma puder ajudar alguém, melhor ainda! Então, estou de volta. Nos encontramos no próximo post! 

Beijos, até mais!