domingo, 16 de agosto de 2015

Meu baby tá chegando: A arte de mudar de opinião: porque decidi batizar só com 2 anos

Meu baby tá chegando: A arte de mudar de opinião: porque decidi batizar só com 2 anos: Acredito que para ser do bem, para viver em Deus, não existem regras. Além, daquelas em que a própria Natureza, que nada mais é do que Deus sendo manifestado, explica. Toda ação causa uma reação, e assim todo o bem que a gente faz, o bem retorna para nós. E isso serve para bons ou maus sentimentos. Por isso, além de fé em Deus, acredito que "quem planta milho, não colhe feijão". Para sermos felizes, precisamos carregar conosco boas ações e coração puro,  livre de sentimentos como inveja e rancor. Quem sente paz, quem não fala mal dos outros, quem não leva mentiras e não espalha fofocas, quem não julga é livre, leve e solto, quem vive assim, mesmo que não acredite, vive em Deus.

sábado, 15 de agosto de 2015

A arte de mudar de opinião: porque decidi batizar só com 2 anos

No post passado, naquele extenso relato sobre meus 30 anos,  falo bem no final sobre o direito que temos em mudar de opinião. E é sobre isso que quero escrever hoje.  

Na vida materna somos constantemente bombardeadas com informações, e há algum tempo eu percebo o quanto as experiências que tomamos e por conseqüência,  seus resultados afetam as nossas opiniões. E eu estou sendo bem generalista, desde que estava grávida mudei muito a forma de pensar sobre várias coisas, amamentação, parto, criação. Imagine só, se eu mudei e me transformei, é obvio que as minhas "convicções" também mudaram. 

Mas, escrevo porque quero relatar algo em que recentemente mudou drasticamente em mim. Nasci e cresci em uma família católica, fiz catequese, frequentava rigorosamente a Igreja, fui corinha e catequista. Mas, a medida em que expandi horizontes, conheci outras culturas e  religões, enfim vivi no Mundo experiencias que me distanciaram da Igreja. Por várias razões acreditei por muito tempo que não precisava estar em um local especial para que "estivesse com Deus". Preciso, antes de tudo, ressaltar que sou uma pessoa altamente espiritualizada, tenho fé, acredito em Deus, mas não necessariamente frequento a risca nenhuma religião. Ainda tenho dificuldades em aceitar que tenhamos que seguir "regras" para que sejamos aceitos ou que são estas mesmas "normas" que ditam a qualidade e o tamanho de sua crença. Quanto a isso, nada mudou. O que quero dizer é que, por pensar assim eu e meu marido decidimos que não iríamos batizar o Vítor em nenhuma Igreja. 

Acredito que para ser do bem, para viver em Deus, não existem regras. Além, daquelas em que a própria Natureza, que nada mais é do que Deus sendo manifestado, explica. Toda ação causa uma reação, e assim todo o bem que a gente faz, o bem retorna para nós. E isso serve para bons ou maus sentimentos. Por isso, além de fé em Deus, acredito que "quem planta milho, não colhe feijão". Para sermos felizes, precisamos carregar conosco boas ações e coração puro,  livre de sentimentos como inveja e rancor. Quem sente paz, quem não fala mal dos outros, quem não leva mentiras e não espalha fofocas, quem não julga é livre, leve e solto, quem vive assim, mesmo que não acredite, vive em Deus. 

Creio, piedosamente, que de nada vale ir toda semana a Missa, ao Culto, a Reunião Espirita, se você fala mal do seu vizinho, se você critica o tempo todo os outros, se você acha que é o melhor naquilo que faz e não admite ter concorrentes. Se você deseja que um casal se separe, porque "não suporta" a esposa dele. Desculpa, você está vivendo uma mentira. 

Ninguém consegue viver em perfeição, e é lógico que temos opiniões contrárias, e o famoso ditado, muito bem aqui se aplica "o que seria do branco, se todos gostassem do preto?". Por isso, eu posso sim achar que a "fulana" é chata, se já conversei com ela e vi que nada se aproveita, somos diferentes, não consigo estabelecer com essa pessoa uma amizade porque temos estilos e pensamentos diferentes. Posso acha-lá feia, gorda, cafona, porque odeio aquele tipo de cabelo, acho brega. E claro, isso não é errado. Desde que eu não tente desmerece-la, ou prejudicá-la. E sinceramente, qual o problema das pessoas quanto a isso? Você não pode discordar de ninguém que é recalque, e sinceramente, já deu né! Esse papo de "recalcado" só é legal quando cantado pela Valesca Popozuda. Fora isso é "mania de perseguição" e por favor, parem com isso que fica feio! 😋

Tendo essa consciência, e sabendo que o que penso hoje não é o mesmo que acreditava ontem, decidi, depois de muita insistência da minha mãe, batizar nosso filho na Igreja. Era um antigo pedido dos meus pais, da minha sogra e de alguns familiares. Mesmo depois de termos combinado que ele não seria inciado por nós em nenhuma religião além daquela que está dentro de cada um. Mudei de opinião. 

Sim, MUDEI DE IDEIA, voltei atrás, refleti. E ainda que não concorde, com 100% do que esta religião prega, demos a ele a chance de também fazer parte. Talvés hoje o entendimento que ele tenha seja pequeno, mas eu conversei e expliquei nossos motivos. E assim que crescer, ele, será lembrando disso. O importante não é onde  nem como você reza a sua fé, mas como você a expressa. Acredito que para viver em Deus, tenhamos que viver na Paz, e principalmente na verdade. Temos que ser fiéis aos nossos sentimentos, construir e manter bases sólidas de amizade, cumplicidade e respeito. E por mais que as vezes as pessoas nos decepcionem, existe o perdão, e ele precisa ser praticado. Ninguém nesse Mundo é melhor ou pior que você, julgamentos só afastam as pessoas e a vida é um constante aprendizado. Isso, meu filho, é o que importa. 

O dia do batizado dele foi muito especial, por vários motivos. Primeiro a família estava toda reunida, e aproveitamos para que além do Vítor a minha sobrinha Yasmin fosse batizada. Além disso, foi o dia do meu aniversário de 30 anos e eu comemorei triplamente. Reuni a familia para um jantar, e comemoramos a vida e essa importante iniciação dos nossos pequenos. Por isso vou compartilhar no blog as fotos dessa noite maravilhosa, vivida intimamente por nós!










Minha cunhada, sobrinha e irmão! 


Nossos pequenos nesse dia Especial!





Padrinhos do Vítor, meu irmão Daniel e a irmã do Vítor Mari






Vítor e os "dindos"



Recebendo o óleo do batismo.


Vovó e vovô dindos




Jantar de comemoração para a família

Batizado e meus 30 anos!










Mamãe "balzaquiana" desabafo sobre os meus 30 anos...

Dá licença querida leitora (ou querido leitor). Mas, hoje não vou dar nenhuma dica "materna", preciso fazer uma catarse do que completar 30 anos significa para mim. Que atire o primeiro batom  M-A-C a mulher que chegou nessa idade e não "ficou em crise". Venho pensando nisso há uns 2 meses, quando parei e me dei conta que estava saindo dos 20 e muitos, e pulando para outra fase da vida. É fato que as transformações que nós mulheres sofremos não acontecem no dia para a noite, e essa "crise" também não começou assim.  Eu tenho como lema viver a vida sem "frescuras", mas como a jornalista pensante e metida que sou, não pude deixar de "analisar a conjuntura" dessa passagem. 

O que percebi com a aproximação dos 30 é que não posso apenas dividir a Dayana de 20 e poucos com uma provável nova Dayana com 30 anos. O que consigo é analisar TODOS  esses 30 anos vividos até aqui. Nasci e vivi os primeiros anos de minha vida, em uma pequena casa mista no interior. Com 4 anos mudamos para a cidade, mas as idas ao sítio eram frequentes, e a melhor lembrança que tenho desta época são as brincadeiras com os vizinhos, o cheiro de pão caseiro assando no forno a lenha, e a vitamina de morango que a dona Nita fazia sempre. Desses primeiros anos  posso concluir que: viver na simplicidade, desfrutando das pequenas coisas da vida como brincar é essencial para formar uma pessoa segura. Eu cresci num lar cheio de amor, carinho e cuidado. Eu e meu irmão éramos o "centro" das atenções. Se eu fui mimada? Sim, fui. Se hoje isso faz de mim uma pessoa arrogante? Não, não faz. Ser criado com apego e afeto me transformou numa pessoa que sabe qual seu lugar no Mundo. Aprendi desde cedo a respeitar os outros. Porque cada ser humano é único, tem suas qualidades e defeitos e é preciso compreender a essência de cada um para saber lidar com as particularidades. 

Depois disso, foram muitas mudanças. Viemos para a cidade, trocamos de casa duas vezes. E nesse meio tempo,  fui "contaminada" pelo pensamento consumista e machista que move o Mundo contemporâneo. Cresci acreditando que para ser feliz eu deveria ser uma Paquita do Xou da Xuxa, linda, loira, magra e ter pernas finas.  E o óbvio é que não era nenhuma das três coisas. Por isso confesso: só hoje com 30 anos posso garantir que superei esse "complexo". Porque afinal de contas não tenho esse biotipo, e mesmo que emagreça 20 kilos minhas coxas continuarão grossas, sim hoje em dia me acho linda tá! E se quiser também posso ser loira, mas não quero, dá muito trabalho e eu não estou afim. Então, alô industria da moda, eu sou assim, e me sinto feliz como sou, me deixem em paz com as minhas pernas de "Carla Perez".

Também cresci com um complexo por sapatos, por isso a identificação total com a Carrie Bradshow, da séria Sex in The City. Quando pequena, tinha as pernas tortas e o melhor tratamento ortopédico da época era usar umas botas brancas, horríveis diga-se. Também passei os primeiros anos da educação infantil sofrendo, o que hoje em dia chamam de  "Bullyng". Eu amava acessórios, e a minha mãe colaborava com isso,  eu tinha uma coleção de lancheiras, uma para cada dia da semana.  E todos os dias, na hora de ir para casa, quando minha mãe ia me buscar a minha lancheira não estava pendurada com as outras. Algumas colegas a escondiam, uma vez jogaram dentro da privada. Sim, meninas de apenas 5 anos fazem isso,  não sei como nem por que alguém ainda achava graça, mas  mesmo tão nova, aprendi outra importante lição, que carrego para a vida toda: vivemos numa sociedade que, infelizmente, estimula a competição e a maldade entre as pessoas, principalmente entre as mulheres. Passando por tudo isso posso concluir que por mais legal que você seja, sempre vai haver alguém que não vai gostar de você, pelo simples fato de você ser você mesma. Ou porque você tem algo que elas não podem ter,  e as vezes não são bens materiais. Ou porque você tem uma família feliz, é bem resolvida, é bonita, os motivos são vários. O fato é: não é possível agradar a todos, por mais legal e simpática que você seja. 

Mas enfim,  sobrevivi a infância, mesmo que com esses "percalsos". Entrei na pre-adolescência  rodeada de muitos acontecimentos  especiais. Comecei a fazer aulas de piano porque minha mãe queria que eu melhorasse as notas de matemática,  e por conta das pernas tortas, ainda na infância, comecei a dançar ballet. São paixões que cultivo até hoje. Sendo importantes para superar o bullyng têm atualmente quase a mesma função, fazem com que eu me sinta especial, e são poderosos "anti-stress". Nessa época,  meus pais compraram uma casa nova, e eu ganhei três grandes presentes: um quarto cor-de-rosa (olha aí a veia consumista atacando novamente), uma casinha de bonecas com cortinas e tapetes feitos pela minha avó, e o melhor de todos os presentes até então: uma MELHOR AMIGA, que aliás, tenho até hoje.  Ela era minha vizinha, e dessa época as melhores lembranças são: tardes de brincadeiras intermináveis na minha casinha, a volta da aula e a expectativa de jogar "vôlei de grama", andar de roller, e viver a vida despreocupadamente. A lição desse perído é: fazer amigos e cultiva-los faz bem a alma e ao coração. Obrigada Samy por ser até hoje a "the best" amo você!

Então, num piscar de olhos eu cresci, fui para a faculdade. Além de aprender um ofício, posso dizer que essa fase foi intensa. Tive de morar sozinha,  em  uma cidade "grande", rodeada de  perigo, amigos novos, responsabilidade de um trabalho, aprendendo a viver com pouco ou quase nada de dinheiro. Tive sorte porque naqueles anos também fiz amigos especiais, gente do bem, gente "fina, elegante e sincera", que convivo, virtualmente, e as vezes pessoalmente até hoje, mais de 10 anos depois de conhecer. Dessa fase posso dizer que: além de ter certeza sobre o meu caráter aprendi que é na dificuldade e na adversidade que se conhece as pessoas. Na faculdade, ainda que estudando juntos uma mesma profissão, aprendemos a respeitar as diferenças. Imagine você uma sala lotada de gente, cada um com uma opinião e disposto a defende-la, com argumentos embasados e segurança para expressar o que acredita ser a sua verdade. A faculdade de comunicação é uma loucura, mas ao mesmo tempo é uma delícia, que saudade dessa época. 

Crescendo mais um pouco,  vem a responsabilidade de formar uma família, viver em dois, e depois de alguns anos agora em três. Não posso esquecer de todos os outros "pares" que tive antes de encontrar aquele que seria o "definitivo". Se sou uma esposa, embora ainda que aprendiz, eu fui a namorada ciumenta, a que foi deixada em uma rodoviária, ou que terminou o namoro por telefone,  a que não respondeu a mensagem, a que "se libertou" daquele mala que ninguém na família gostava, nem ela. Dessas experiências, desculpa Marido, aprendi que todo mundo que passa na sua vida é importante, porque as pessoas trazem bagagem e o convívio com elas se transforma em aprendizado. Obrigada a todos os meus "ex" vocês foram essenciais para que eu me tornasse a mulher que hoje sou. E claro, a chegada do "cara" que mudaria tudo, para sempre. Ser mãe do Vítor, transformou definitivamente a menina em mulher. Gestar e parir, foi um grande marco. A experiência do Parto Natural me ensinou que posso encontrar na Natureza da vida a resposta e a cura para tudo. Já disse isso outras vezes, mas ao sentir você dentro de mim, e depois atravessar com você filho a "ponte do nascimento" foi uma experiência surreal de poder chegar mais perto de Deus, afinal a vida é uma benção , e dar a luz é um milagre. 

Mas enfim, a Dayana que chegou a marca dos 30 ainda não está completa, sinto que ainda tenho muito o que viver e aprender. Mas, posso me definir pelas palavras de Balzac, alias recomendo a leitura. Passei essa ultima semana (hoje faz 7 dias que completei os 30) lendo esse romance. E com, talvéz muita pretensão, me considero uma "balzaquiana", de certo porque sinta que "Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'. 

Aos 30 tenho sede de viver, de conhecer, de me permitir, mesmo que algumas vezes, passar por momentos de tristeza, sentir melancolia, ou de puro conhecimento pessoal. Eu quero mudar de opinião, porque viver é se transformar.  Quero apoiar e lutar pelas causas que eu acredito. Quero criar meu filho num mundo menos consumista, alimentá-lo sem açúcar e conservantes. Fazer comida caseira, mas também se quiser dar doce e industrializados sempre que me der vontade e ele quiser. E se  me chamarem de chata por conta disso, e daí? Por favor, me julguem, não posso fazer nada quanto a isso. Como já diz o ditado "sou responsável pelo que eu digo, não sobre o que as pessoas entendem".  Com 30 anos descobri que as vezes, por mais que você se esforce não dá pra ser "eternamente responsável por aquilo que cativas" porque as pessoas precisam ser livres para acreditar no que bem quiserem. O que a gente precisa é ser "eternamente responsável" pelos nossos próprios sentimentos, mesmo que mutáveis, eles são nossos e precisamos, com todas as forças, sermos fiéis a nós mesmos. com 30, 40, 50 … quero sorrir, cantar, tocar piano, dançar  ballet mesmo que com a turminha de 15 anos.  Porque no grande palco da vida, mesmo que você não queira brilhar, viver é sempre sentir frio na barriga. E se você não está sentido, desculpa você não está vivendo!