quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Peitos "murchos" e bebê irritado? Calma, isso tudo é normal


No começo o Vítor mamava super calmo e tranquilo e levava quase 1 hora do peito. Com dois meses começou a ficar mais irritado e fazer "birra" durante a mamada. Fiquei preocupada, comecei a pensar: "será que ele não quer mais meu peito" ou ainda "será que meu leite está fraco e mudou de sabor porque voltei para a academia". Meus peitos também "diminuiram" o leite que antes sobrava agora não soba mais, e agora? 

Com a ajuda do grupo virtual de amamentação do Facebook, descobri que ele está passando pelos surtos de crescimento e que é normal os peitos "desincharem" afinal eles vão se adaptar as necessidades do bebê.  O famoso pediatra Dr. Gonzáles explica o por que, confira no texto a seguir e não fique preocupada.



A crise dos três meses - Carlos González


[ Muitos especialistas defendem a ideia das crises como fatores fundamentais dos processos de desenvolvimento e amadurecimento dos bebês. E, os bebês precisam de toda a compreensão e atenção de suas mães para que possam atravessar "as crises" de forma positiva]

O que é?

A crise dos 3 meses - Do livro "Mi nino no me come"

Por volta dos dois ou três meses, dizíamos, os bebês já adquiriram tanta prática que podem mamar em apenas cinco ou sete minutos, alguns até em três. Caso ninguém tenha avisado à mãe que isso iria acontecer, se a tiverem enganado com os dez minutos, ela vai pensar que o seu filho não comeu o suficiente, tal como pensou Encarna:

“Tenho uma menina de quatro meses. O meu problema é que não sei se come o suficiente, visto que está apenas três a quatro minutos em cada peito, e tenho medo que seja porque não recebe leite suficiente. Quando tinha dois meses comia uns dez minutos de um peito mais cinco do outro, e aumentava rapidamente; enquanto que agora desceu um pouco nas sua curva de crescimento. Agora noto que os meus peitos não estão tão cheios como antes, que até pingavam. O que me deixa preocupada é que nos primeiros minutos mama com força e rápido, e depois começa a pegar e largar o peito, não estando sossegada. Tenho de ir alternando as mamas e experimentar posições diferentes para que esteja uns dez minutos entre ambos. Pergunto se o faz porque quer mais ou não. Outra situação é que me parece e agora aguenta menos tempo de uma toma para outra, especialmente à noite, que dormia cinco a seis horas seguidas e agora três ou quatro no máximo.O pediatra dela disse-me que eu posso começar dar-lhe leite artificial no biberão, mas eu tentei e não aceita, mesmo que seja outra pessoa a dar.”

Esta mãe explica perfeitamente todos os aspectos da “crise dos três meses”:

1. O bebê que antes mamava em dez minutos ou mais, agora acaba em cinco ou menos;
2. O peito, que antes estava inchado agora está mole;
3. O leite que pingava, já não pinga.
4. O aumento de peso está cada vez mais lento.

Tudo isso é perfeitamente normal. O inchaço do peito nas primeiras semanas tem pouco a ver com a quantidade de leite, é mais uma inflamação passageira quando as mamas começam a trabalhar. O inchaço e as pingas são “problemas de adaptação” e desaparecem quando a amamentação está comodamente estabelecida. E o aumento de peso é cada vez mais lento, é claro. Os bebês engordam cada mês um pouco menos que no mês anterior. Por isso é que as curvas de peso são curvas, senão seriam retas. Entre um mês e dois meses, as meninas que são amamentadas tendem a ganhar pouco mais de 400 gramas a 1,300 kg com uma média de pouco mais de 860 g (passamos por alto o primeiro mês, porque ao haver uma perda e logo uma recuperação de peso, os números são muito variáveis.Se continuassem a aumentar ao mesmo ritmo, em um ano teriam entre 5 kg e mais de 15 kg, com uma média de 10 kg e pouco. De fato, no primeiro ano, as meninas ganham entre 4,5 kg e 6,5 kg, com uma média de 5,5kg. Ou seja, mesmo uma menina que ganhou no primeiro mês 500 g (o que para muitos pode parecer pouco, quando na realidade é normal) chegará a um momento que ainda vai ganhar menos. Os meninos tendem a ser um pouco maiores que as meninas.

Claro que o bebê não queria mamadeiras: não tinha fome. Infelizmente nem todos os bebês mostram este orgulho, e por vezes, principalmente se insistirem muito, aceitam uma mamadeira mesmo sem fome. Não faça o teste, só por acaso! Se alguém tivesse explicado à mãe o que aconteceria, não estaria nem um pouco preocupada. Mas esta mudança a apanhou de surpresa.

Mesmo que fosse surpreendida, se a mãe estivesse segura e confiante na sua capacidade de amamentar, não se teria preocupado. Porque a interpretação mais lógica e razoável para essas alterações seria: “Eu tenho tanto leite que a minha filha com três minutos tem bastante”. Mas o medo do fracasso da amamentação é tão grande na nossa sociedade que, aconteça o que acontecer, a mãe sempre pensará (ou lhe dirão) que não tem leite.

Esta mãe também revela outro mito moderno: que os bebês, com o tempo, “aprendem” a dormir cada vez mais. Na realidade, os bebés passam cada vez mais tempo despertos. É certo que algum dia dormirá mais horas seguidas: por volta dos três ou quatro anos, provavelmente dormirá a noite inteira. Mas dificilmente aos quatro meses. Entre o nascimentos e os quatro meses, a alteração que mais provavelmente observará é que o seu filho vai dormir cada vez menos.

A maioria das crianças mamam várias vezes à noite durante os primeiros anos (que é sempre mais cômodo que dar-lhe uma mamadeira de madrugada, especialmente se o bebê dorme na nossa cama).Esta mãe já começou a obrigar a sua filha a comer. A partir daqui, tudo é em declive. É fácil prever que, a menos que a mãe decida fazer uma mudança radical, a introdução da alimentação complementar será uma luta.


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