Todo mundo está cansado de saber que o leite materno é melhor, mas e por que? Eu também tinha essa duvida quando estava grávida. Vou compartilhar com vocês um texto cheio de referências teóricas e científicas que explica direitinho os benefícios do LM. Copiei esse material do Grupo Virtual de Amamentação - GVA do Facebook. Os dados são do Ministério da Saúde.
A importância do Leite Materno - GVA
O leite materno é fundamental para a
saúde das crianças nos seis primeiros meses de vida, por ser um alimento
completo, fornecendo inclusive água, com fatores de proteção contra infecções
comuns da infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao
metabolismo da criança. Além do mais, o ato de amamentar é importante para as
relações afetivas entre mãe e filho.
Já foi demonstrado que a complementação
do leite materno com água ou chás nos primeiros seis meses de vida é
desnecessária, inclusive em dias secos e quentes (Goldberg e Adams, 1983; Brown
et al., 1986; Almroth e Bidinger, 1990; Sachdev et al., 1991; Ashraf et al.,
1993). Recém-nascidos normais nascem suficientemente hidratados para não
necessitar de líquidos, além do leite materno, apesar da pouca ingestão de
colostro nos dois ou três primeiros dias de vida (World Health Organization /
UNICEF, 1989).
A amamentação exclusiva tem sido
recomendada por oferecer maior proteção contra infecções (Cunningham, 1979;
Victora et al., 1987; Brown et al., 1989; Lucas e Coli, 1990). O efeito
protetor do leite materno contra diarréias, como foi citado anteriormente, pode
diminuir consideravelmente quando a criança recebe, além do leite da mãe,
qualquer outro alimento, incluindo água ou chá (Brown et al., 1989; Victora et
al., 1989, Popkin et al., 1990). Portanto, o aleitamento materno exclusivo –
sem complementação com água ou chás – deve ser enfatizado nos primeiros meses
de vida, considerando, entre outros fatores, que uma parcela significativa da
população brasileira vive em condições precárias e a diarréia é ainda
importante causa de mortalidade infantil.
Estudo recente levantou a possibilidade
de o aleitamento materno exclusivo proteger as crianças amamentadas contra a
transmissão vertical do HIV (Coutsoudis et al., 1999). Nesse estudo, as
crianças filhas de mães HIV positivas que foram exclusivamente amamentadas
tiveram uma chance menor de se infectarem com o vírus aos três meses (14,6%),
quando comparadas com as crianças parcialmente amamentadas (24,1%). Os autores
sugerem que a alimentação artificial pode lesionar a mucosa do trato
gastrintestinal, por infecção ou reação alérgica, o que facilitaria a
penetração do vírus. Se esses achados forem confirmados, o valor do aleitamento
materno exclusivo será ainda maior, especialmente nos países em
desenvolvimento com altas taxas de infecção pelo HIV. Os filhos de mães HIV
positivas poderão usufruir dos benefícios da amamentação exclusiva sem aumentar
os riscos de adquirir a infecção pelo HIV.
Sob o ponto de vista nutricional, a
complementação precoce é desvantajosa para a nutrição da criança, além de
reduzir a duração do aleitamento materno (Popkin et al., 1983; Loughlin et al.,
1985; Kurinij et al., 1988; Winikoff et al., 1989, Zeitlin et al., 1995) e prejudicar
a absorção de nutrientes importantes existentes no leite materno, como o ferro
e o zinco (Saarinen e Siimes, 1979; Oski e Landaw, 1980; Bell et al., 1987). A
complementação com outros alimentos e líquidos não nutritivos diminui o volume
total do leite materno ingerido, independente do número de mamadas (Sachdev et
al., 1991; Drewett et al., 1993). Como os alimentos oferecidos às crianças
pequenas, nos primeiros anos de vida, não são nutricionalmente tão adequados
quanto o leite materno, outro fator que deve ser considerado na amamentação não
exclusiva é o uso de mamadeiras para ofertar líquidos à criança.
Essa prática pode ser prejudicial, uma
vez que a mamadeira é uma importante fonte de contaminação, além de reduzir o
tempo de sucção das mamas, interferindo na amamentação sob livre demanda,
alterar a dinâmica oral e retardar o estabelecimento da lactação (Hollen, 1976;
Monte et al., 1997; World Health Organization 1998b). A técnica de sucção da
mama e da mamadeira / chupeta são distintas (Neifert et al., 1995). Os
movimentos da boca e da língua necessários para a sucção da mama são diferentes
daqueles utilizados para sugar a mamadeira, confundindo o bebê. De fato,
recém-nascidos, expostos à mamadeira, podem apresentar dificuldade em sugar o
peito (Newman, 1990; 1993). Alguns bebês amamentados, após exposição à
mamadeira, choram, ficam inquietos, pegam e largam o peito por dificuldades na
sucção, o que pode diminuir a autoconfiança de suas mães, por acreditarem que
os bebês não gostam de seu leite, que rejeitam o peito, entre outros. Vários
estudos relatam associação entre o uso da mamadeira e desmame precoce (World
Health Organization, 1998b).
Outro risco conhecido da alimentação
artificial é a diluição inadequada do leite, muitas vezes por falta de recursos
das mães, na tentativa de fazer com que o leite dure mais. Fómulas / leites
fluidos muito diluídos ou muito concentrados são prejudiciais para a criança
por influir no ganho de peso para menos ou para mais, respectivamente.
A amamentação exclusiva é importante
também na diminuição da fertilidade após o parto. Sabe-se que a ausência de
menstruação devido à lactação depende da freqüência e da duração das mamadas
(McNeilly et al., 1985). Em comunidades onde as mulheres amamentam por menos
tempo e começam a complementar a dieta da criança mais cedo, o período em que a
mulher fica sem menstruar depois do parto é menor (Howie e McNeilly, 1982;
Vitzthum, 1989; Gray et al., 1990).
Existe consenso de que a mulher que
amamenta exclusivamente, em livre demanda, até os seis meses após
o parto e cuja menstruação ainda não tenha retornado apresenta proteção
contra nova gravidez (Family Health International, 1988). O espaçamento entre
os nascimentos conferido pelo aleitamento materno é importante para a saúde da
criança, especialmente nas populações menos privilegiadas (Palloni e Millman,
1986; Tu, 1989). A mortalidade em crianças que nasceram até dois anos após o
nascimento de um irmão ou cujas mães engravidaram antes que completassem dois
anos, em 39 países em desenvolvimento, é consideravelmente maior do que a
encontrada entre as crianças que têm uma diferença de dois ou mais anos com o
irmão mais próximo (Huttly et al., 1992).
NÃO HÁ DÚVIDAS QUANTO ÀS
VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA NOS SEIS PRIMEIROS MESES DE VIDA DA CRIANÇA
E QUANTO ÀS DESVANTAGENS DA INTRODUÇÃO PRECOCE DE ALIMENTOS E MESMO LÍQUIDOS,
COMO ÁGUA OU CHÁS, E DO USO DE MAMADEIRAS/CHUPETAS.
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Política de Saúde. Organização Pan Americana da Saúde. Guia
alimentar para crianças menores de dois anos / Secretaria de Políticas de
Saúde, Organização Pan Americana da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde,
2002.
E aí gostaram? Continuem acompanhando o blog, na sequência vou postar outros textos.
Beijos
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